Apresentação
Escrevi o texto “Se me permitem sonhar”, abaixo reproduzido, em outubro de 2010, uma semana antes do 2o. turno das eleições presidenciais no Brasil. Era somente um “desabafo”, frente ao baixo nivel das campanhas nesse 2o. turno. Mas o enviei a uns tantos amigos que poderiam estar frustados como eu.
As reações positivas que recebi, no entanto, me surpreenderam. Vários amigos disseram que precisaríamos aprofundar algumas das questões que levantei. E como no texto falei em achar uma “praça” para continuar a sonhar, resolvi criar este blog, como uma “praça virtual”, onde – “se nos permitem sonhar” – toda contribuição será mais do que bem-vinda.
Chico Whitaker
SE ME PERMITEM SONHAR
Enquanto na Internet e nas portas de algumas igrejas o segundo turno das eleições para a Presidência está em fervura máxima, nas ruas as campanhas estão incrivelmente mornas e mesmo frias – a não ser, evidentemente, naquelas por onde passam os candidatos… Isto nos permite, andando por elas, pensar mais serenamente no seu conteúdo, saindo do campo perigoso das balas perdidas, no intenso tiroteio com que os respectivos apoiadores tentam literalmente arrasar a imagem daquele a quem se opõem.
Mas se essas caminhadas são boas também para a saúde física e mental, a reflexão que nelas se faça pode entristecer. É o que está ocorrendo comigo, quando penso como os marqueteiros reduzem os candidatos a simples capatazes da máquina administrativa, que precisam se mostrar capazes de fazê-la funcionar, numa infindável competição de promessas frente às múltiplas insuficiências existentes no Brasil. Será que, achando-se mais bem informados do que todos nós sobre o que pensam os eleitores, eles proíbem seus clientes de dizerem que tipo de país precisamos construir, na reflexão efetivamente política que se esperaria de quem queira assumir a Presidência da República?
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